SALA 1
MUNDO TOSQUO
tenho um sonho recorrente onde visualizo um mapa do continente americano modificado. nele existe uma ilha enorme ao lado do nordeste, muitos países marcados no lugar onde fica a america do norte, um monte de nações na américa do sul.
um cara me disse 'você não precisa inventar a roda toda vez'. na hora eu não respondi por que queria ir embora, mas pensei bem e acho que a gente precisa sim cada um inventar sua roda e é bom inventar logo. aí que entra o tosco - é pra você inventar sua própria roda quantas vezes você estiver afim e pra todos os usos. os brasileiros, os terceiro mundistas, as colônias, os pobres e os cortesãos, leprosos, as mulheres e as crianças, os disfarçados, não tem muita escolha e vira e mexe precisam inventar roda.
vitor
"enquanto as variações da forma são muito bem recebidos através das artes exóticas e estrangeiras (cerâmica japonesa por exemplo) ou de origem dominante (a pintura moderna e pós moderna do hemisfério norte por exemplo), é preciso ser muito abusado pra se arriscar a ser confundido com pintor naif de feira, ou ser confundido com coisa de índio... "primitiva", "acabamento feio"... antes ser colocado no âmbito das grandes artes visuais como pouco creativo, ou econômico, ou excêntrico. mas ainda acima de tudo frio, racional e culto."
contribuidor anônimo, de aspecto paternal e irritantemente sincero
nesta sala:
pintura à óleo, cerâmica biscoitada feita em nosso laboratório, desenhos a lápis e giz, colagens em papel colorido, cerâmica de alta temperatura não esmaltada feita no ateliê da darly pellegrini (sousas, campinas)
"cabelo da simone, 2015"
"uma vez fui assistir uma peça onde o cara fazia um monte de micagens... todo tipo de p*****, coisas obscenas, e falava em francês, português... mas quando falava alguma coisa que dava pra sentir que era sério e amedrontador e não podíamos rir, ele falava em tupi-guarani e todo mundo ficava meio sem graça."
-consciência pesada